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O Uso de opioides no Brasil e sua relevância na Atenção Básica do SUS

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Uma abordagem cautelosa e consciente

O uso de opioides é um tema de crescente importância na saúde pública, inclusive no contexto brasileiro. Os opioides são uma classe de medicamentos poderosos usados principalmente no alívio da dor, mas também associados a riscos substanciais de abuso e dependência. 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o consumo de opioides no Brasil é de 7,8 mg por pessoa/ano, uma das menores taxas mundiais. A quantidade ideal seria de 192,9 mg para analgesia – quase 25 vezes mais.

Esses dados mostram que o Brasil é um país com baixo consumo de opioides, o que pode ser explicado por uma série de fatores, incluindo:

  • Dificuldade de acesso aos medicamentos: Os opioides são medicamentos controlados, o que significa que seu uso é restrito a pacientes com prescrição médica.
  • Prevenção da dependência: O Brasil tem uma política de prevenção da dependência de opioides, que inclui a educação da população sobre os riscos do uso desses medicamentos.
  • Alternativas terapêuticas: Existem outras opções terapêuticas para o tratamento da dor, como a fisioterapia e a acupuntura, que são mais amplamente utilizadas no Brasil do que os opioides.

Apesar do baixo consumo, o uso de opioides no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Isso pode ser explicado pelo aumento da prevalência de dor crônica na população e pela maior disponibilidade de opioides no mercado.

O que são Opioides?

Os opioides são substâncias químicas que atuam nos receptores opioides do sistema nervoso central, proporcionando alívio da dor e, em alguns casos, sensações de bem-estar. Eles incluem medicamentos como morfina, oxicodona, tramadol, codeína e fentanil, bem como drogas ilegais, como a heroína. No contexto clínico, os opioides são frequentemente prescritos para o tratamento de dor crônica, dor aguda pós-cirúrgica e cuidados paliativos.

Atuação da Atenção Básica do SUS

Na Atenção Básica do SUS, profissionais de saúde desempenham um papel fundamental na administração segura e eficaz de opioides. Isso envolve:

  1. Avaliação adequada: Antes de prescrever opioides, é essencial realizar uma avaliação completa do paciente para determinar a causa da dor e a necessidade do tratamento com opioides. Isso ajuda a minimizar o risco de prescrição inadequada.

  2. Educação do paciente: Profissionais de saúde devem educar os pacientes sobre os riscos e benefícios do uso de opioides, incluindo a possibilidade de dependência e overdoses. Os pacientes também devem ser instruídos sobre o uso seguro e o descarte adequado de medicamentos.

  3. Monitoramento contínuo: O uso de opioides deve ser acompanhado de perto para garantir a eficácia e minimizar o risco de dependência. Os profissionais de saúde devem estar atentos a sinais de uso indevido ou abusivo.

  4. Alternativas aos opioides: Quando apropriado, profissionais de saúde devem considerar outras opções de tratamento para a dor, como terapias não farmacológicas, fisioterapia e medicamentos não opioides.

É importante que o uso de opioides seja feito de forma segura e responsável, sob orientação médica. O uso inadequado desses medicamentos pode levar à dependência e a outros problemas de saúde.

Exemplos de opioides utilizados no Brasil

No Brasil, os opioides são prescritos em diferentes formulações e concentrações. Alguns exemplos comuns incluem:

  1. Morfina: A morfina é um dos opioides mais antigos e é amplamente utilizada no tratamento de dor crônica e aguda. Pode ser administrada oralmente ou por via parenteral.

  2. Codeína: A codeína é frequentemente usada como analgésico, principalmente em combinação com outros medicamentos. Ela é um opioide de ação mais suave.

  3. Tramadol: O tramadol é um opioide sintético que combina ação analgésica com a inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina. É usado no tratamento de dor moderada a moderadamente intensa.

  4. Oxicodona: A oxicodona é um opioide mais potente, usado para dor intensa e crônica. Pode ser de liberação imediata ou estendida.

O uso de opioides no Brasil é relevante para a Atenção Básica do SUS, uma vez que profissionais de saúde desempenham um papel crítico na prescrição e no monitoramento desses medicamentos. É crucial garantir que os opioides sejam utilizados com responsabilidade, evitando riscos de abuso e dependência. Além disso, a busca por alternativas aos opioides sempre que possível e a educação dos pacientes são elementos essenciais para promover um uso seguro desses medicamentos na atenção básica. A colaboração entre profissionais de saúde, pacientes e políticas de saúde é fundamental para abordar essa questão de forma eficaz e segura.

Mitos & Verdades sobre os opióides

  1. Mito: Opioides são a única opção eficaz para o tratamento da dor crônica.

    • Verdade: Existem várias abordagens para o gerenciamento da dor, incluindo terapias não farmacológicas, fisioterapia e medicamentos não opioides.
  2. Mito: Opioides são seguros para uso a longo prazo.

    • Verdade: O uso prolongado de opioides está associado a riscos significativos, incluindo dependência, overdose e efeitos colaterais adversos.
  3. Mito: A tolerância aos opioides indica que o tratamento está funcionando.

    • Verdade: O aumento da tolerância pode ser um sinal de dependência, o que não significa necessariamente um tratamento eficaz.
  4. Mito: Opioides são a melhor opção para todos os tipos de dor.

    • Verdade: A eficácia dos opioides varia entre os pacientes e os tipos de dor, sendo mais apropriados para certos casos, como dor pós-operatória ou relacionada ao câncer.
  5. Mito: Prescrições médicas de opioides são inofensivas.

    • Verdade: O uso indevido de prescrições médicas é uma causa significativa da crise de opioides, destacando a importância do monitoramento e da educação.
  6. Mito: A dependência de opioides só ocorre com o uso recreativo.

    • Verdade: Mesmo o uso legítimo de opioides para tratar a dor pode levar à dependência, especialmente com o tempo e doses mais altas.
  7. Mito: A overdose de opioides só ocorre em usuários recreativos.

    • Verdade: A overdose pode acontecer mesmo em pessoas que tomam opioides conforme prescrito, ressaltando a necessidade de monitoramento cuidadoso.
  8. Mito: A retirada de opioides é fácil e rápida.

    • Verdade: A retirada de opioides pode ser um processo desafiador e prolongado, com sintomas físicos e psicológicos.
  9. Mito: Opioides são a única opção para o controle da dor aguda.

    • Verdade: Para muitas situações de dor aguda, métodos não opioides e analgésicos mais seguros podem ser igualmente eficazes.
  10. Mito: Qualquer pessoa pode parar de tomar opioides a qualquer momento.

    • Verdade: Parar abruptamente o uso de opioides pode levar a sintomas de abstinência graves, sendo necessário um plano de desmame supervisionado por profissionais de saúde.

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