Data reforça a importância da visita ao urologista para homens e mulheres.
O que é ?
Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. O distúrbio é mais frequente no sexo feminino e pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens. Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta da uretra, sejam mais frágeis nas mulheres.
Estima-se que 5% de pessoas no mundo sofram dessa condição e que a incidência aumente com a idade.
O dia 14 de março é reconhecido como o “Dia Mundial da Incontinência Urinária”, data de conscientização dessa condição que faz parte de um grupo de sintomas associados à idade, também conhecidos como LUTS (sintomas do trato urinário inferior, tradução da sigla em inglês).
Os LUTS são muito comuns entre os brasileiros. De acordo com o Brasil LUTS, primeiro estudo epidemiológico sobre os sintomas urinários realizado com a população brasileira, em parceria com a Astellas Farma Brasil, eles afetam 59% das mulheres e 40% dos homens acima dos 40 anos.
Em pessoas acima de 70 anos, os índices são altíssimos, chegando a mais de 95% em mulheres e mais de 70% em homens.
É importante lembrar que, por mais que a doença seja vista como mais recorrente em idosos ou mulheres no pós-parto, ela pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade.
Causas
A eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo, mas pode ser comprometida nas seguintes situações:
- comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
- gravidez e parto;
- tumores malignos e benignos;
- doenças que comprimem a bexiga;
- obesidade;
- tosse crônica dos fumantes;
- quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
- bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;
- procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino.
Tipos e Sintomas
- de esforço: o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;
- de urgência: mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
- mista: associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra;
- noturna: é a incontinência que ocorre durante o sono. O exemplo mais típico é o da criança que faz xixi na cama. Embora a maioria das crianças já tenha aprendido a controlar a micção em torno dos três aos quatro anos de idade, considera-se normal que algumas crianças ainda urinem na cama até os cinco ou seis anos.
Tratamento
O tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é com medicamentos e fisioterapia.
Recomendações
- procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta;
- não pense que incontinência urinária é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito;
- considere os fatores que levam à incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico;
- evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.
Referências
http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2733-incontinencia-urinaria